terça-feira, 24 de agosto de 2010

O Relógio

4.




Quando por algum motivo

a roda de água se rompe,

outra máquina se escuta:

agora, de dentro do homem;



outra máquina de dentro,

imediata, a reveza,

soando nas veias, no fundo

de poça no corpo, imersa.



Então se sente que o som

da máquina, ora interior,

nada possui de passivo,

de roda de água: é motor;



se descobre nele o afogo

de quem, ao fazer, se esforça,

e que ele, dentro, afinal,

revela vontade própria,



incapaz, agora, dentro,

de ainda disfarçar que nasce

daquela bomba motor

(coração, noutra linguagem)



que, sem nenhum coração,

vive a esgotar, gota a gota,

o que o homem, de reserva,

possa ter na íntima poça.

João Cabral de Melo Neto (Morte e Vida Severina)

Lágrimas

Pena que lágrimas não suprem cada veia que pulsa de raiva em meu corpo,

Pena que lágrimas não me mostram uma solução para mudar tudo o que há de errado na minha vida.

Se essas lágrimas nos pudessem fazer desaparecer,

Talvez nem ter nascido...

Elas bem que poderiam ser úteis.

Se elas suprissem essa vontade de gritar e de mandar para lugares indevidos pessoas que, mesmo alegando nos amar, nos ferem, constrangem e nos forçam a ficar inclusos dentro de nós mesmos,

Há, eu me dissolveria em lágrimas.


Por: Ilka Souza

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O Semeador de Estrelas

Estava eu fazendo um de meus inúmeros trabalhos de escola, quando encontro uma imagem interessante.
Trata-se de uma estátua chamada "O Semeador de Estrelas", localizada em Kaunas, Lituânia.
Durante o dia, ela ilude os olhos dos transeuntes, que pensam não haver nada fora do normal...
...mas é de noite que o encanto aparece e surpreende. Há que ponto vai a criatividade do homem não é mesmo?! Fascinante!
PS: As estrelas são feitas por grafitagem, arte urbana.







Por: Ilka Souza